O tratamento da obesidade é um desafio multifatorial que requer intervenções variadas, incluindo mudanças no estilo de vida, apoio familiar, tratamentos médicos e, em alguns casos, procedimentos endoscópicos minimamente invasivos, como o balão intragástrico.
O balão intragástrico é uma das opções disponíveis para pacientes que não conseguiram alcançar uma perda de peso satisfatória apenas com dietas e exercícios.
Embora seja uma intervenção eficaz para a perda de peso, o sucesso do balão intragástrico está fortemente relacionado a diversos fatores, incluindo o suporte e o engajamento do paciente, além do apoio familiar, que é muito importante nesse processo.
Neste texto, você vai entender o que é o balão intragástrico, como funciona, os impactos emocionais e físicos que ele pode gerar no paciente, e, principalmente, a importância do apoio familiar para garantir o sucesso desse tratamento.
O que é o balão intragástrico?
O balão intragástrico é um dispositivo médico utilizado no tratamento da obesidade. Basicamente, é uma esfera de silicone que é inserida no estômago do paciente por meio de um procedimento endoscópico, sem necessidade de cirurgia.
Após ser colocado, o balão é inflado com uma solução salina, ocupando uma parte do espaço gástrico. Com isso, o paciente se sente saciado com menor quantidade de alimentos, o que facilita a adesão a uma dieta hipocalórica e, consequentemente, à perda de peso.
A colocação do balão intragástrico é indicada para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 27 e 40, especialmente aqueles que já tentaram outros métodos de emagrecimento sem sucesso.
O balão costuma permanecer no estômago por um período de seis meses a um ano, dependendo do tipo de balão utilizado, e, durante esse tempo, o paciente é acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos, que orientam sobre hábitos alimentares, atividade física e mudanças comportamentais.
Impacto emocional e físico da colocação do balão intragástrico
Embora o balão intragástrico seja um procedimento minimamente invasivo, os primeiros dias após sua colocação podem ser desafiadores. A adaptação à nova sensação de saciedade e às mudanças alimentares pode ser um processo complicado, exigindo do paciente não apenas comprometimento, mas também suporte emocional para enfrentar os obstáculos que surgem.
Do ponto de vista emocional, o paciente que opta por este tratamento frequentemente carrega uma história de insucessos anteriores na tentativa de emagrecer, o que pode gerar frustração e ansiedade em relação ao novo procedimento. O medo de que o balão intragástrico também não traga os resultados esperados pode ser um fator adicional de estresse.
Além disso, a pressão social para a perda de peso rápida, aliada à autoimagem negativa, são fatores que podem agravar o quadro de ansiedade e, em alguns casos, levar até a episódios depressivos.
Nesse contexto, o apoio familiar se torna indispensável para ajudar o paciente a lidar com as dificuldades emocionais e os desafios físicos que o tratamento impõe.
A importância do apoio familiar no processo de emagrecimento
O apoio familiar é um dos principais pilares para o sucesso do tratamento com o balão intragástrico. O paciente que conta com uma rede de suporte emocional tem maior chance de aderir às mudanças necessárias e alcançar os resultados desejados.
O papel da família inclui também ajudar a garantir que o ambiente ao redor do paciente seja propício à adoção de novos hábitos alimentares e de vida.
O processo de emagrecimento é, muitas vezes, acompanhado por uma série de mudanças emocionais. Nesses momentos, a família pode oferecer conforto, incentivando o paciente a continuar firme no tratamento. O suporte emocional de entes queridos ajuda a diminuir o estresse e a ansiedade, promovendo um ambiente mais saudável para que o paciente mantenha-se focado em seu objetivo.
Além disso, a presença de familiares pode ser um fator determinante na recuperação inicial após a colocação do balão. Como mencionado, os primeiros dias são os mais difíceis fisicamente, e ter alguém próximo para ajudar nas atividades diárias, nas idas ao médico e na adaptação às novas refeições pode fazer toda a diferença.
Criação de um ambiente saudável
A adaptação a novos hábitos alimentares é uma das partes mais importantes do processo de emagrecimento com o balão intragástrico.
A família pode colaborar diretamente no planejamento das refeições, na preparação de alimentos saudáveis e até mesmo adotando os novos hábitos alimentares sugeridos pela equipe médica e nutricional. Isso cria uma atmosfera de apoio coletivo, em que todos se beneficiam das mudanças saudáveis, tornando o processo menos solitário para o paciente.
Incentivo à prática de atividades físicas
Além da alimentação, a prática de exercícios físicos é uma parte essencial do processo de emagrecimento.
Muitas vezes, o paciente precisa de um “empurrão inicial” para superar o sedentarismo e adotar uma rotina de exercícios regulares. A família pode desempenhar um papel motivador, seja acompanhando o paciente em caminhadas, seja incentivando-o a participar de atividades físicas que ele goste.
A presença de familiares ou amigos em atividades ao ar livre, por exemplo, pode transformar uma simples caminhada em um momento agradável e de socialização, tornando o exercício mais prazeroso e menos uma obrigação.
Envolvimento da família nas consultas médicas
O envolvimento da família nas consultas médicas e nos acompanhamentos periódicos também é relevante para o sucesso do tratamento. Participar dessas consultas permite que os familiares entendam melhor os desafios enfrentados pelo paciente, aprendam sobre o funcionamento do balão intragástrico e saibam como podem contribuir para a sua adaptação.
No vídeo abaixo, confira uma conversa que eu, Dr. Everson Malluta, tive com Dr. Andrea Malluta (psiquiatra) sobre a relação entre o uso de balão intragástrico e a saúde mental:
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